6 de
setembro de 2011, feriado alagoano, saio da minha cidade (São Luís do Quitunde)
para passar o final de semana em Maceió.
Estava num ônibus coletivo. Tudo estava normal,
aparentemente me parecia mais uma viagem de ônibus, até que me deparei com uma
cena que me intrigou. Do lado direito do motorista havia um jovem com
transtornos mentais, ele tinha bermuda e camisa largas, havaianas desgastadas e
o semblante pesado pela mente aterrorizada. Era mais um pobre ser humano à
margem de uma sociedade injusta e sem compaixão.
Cada vez que o ônibus parava em um ponto, desciam
inúmeras pessoas que tinham aproveitado o dia de feriado, provavelmente numa
praia. Essas pessoas zombavam do pobre rapaz, e ele, sem ao menos saber o que
estava acontecendo provocava os risos para as pessoas que lhe davam atenção.
Parecia que ele estava feliz, sentia-se uma celeridade que encantava a todos
com o seu número artístico.
Olhando aquela cena eu me interrogava: quem é mais
doente, o jovem com seus problemas psicológicos, ou todas aquelas pessoas que
zombavam da condição do pobre moço?
Acredito que são as pessoas, pois aquele rapaz não
sabia o que estava fazendo, suas ações eram inconscientes. Já as pessoas sabiam
muito bem o que estavam fazendo. Estavam achando a maior graça de uma pessoa
que tinha problemas psicológicos e físicos.
Por isso volto a interrogar: Quem é mais doente?
Após uns 20 minutos de “espetáculo”,
repentinamente, o jovem salta do ônibus e corre por entre o trânsito de Maceió,
quase foi atropelado por dois carros que viam em alta velocidade. Continuou
correndo pela pista até ser perdido de vista.
Quem era aquele jovem?
Qual era o seu nome?
Ninguém sabia!
Ninguém se importava com seu estado psicológico ou
emocional! Queriam apenas se divertir à custa de suas deficiências. Atitude
desumana!
Todos eram doentes!
E ele...
Ele era livre... Livre da desumanidade, mais vítima
da falta de compaixão dos que caçoavam de suas mazelas.
Parecia-me ouvir a voz do seu coração que dizia
através do seu olhar cansado: Não me importa que zombem de mim, ao
menos estão me dando atenção!
Autor: Anobelino
Martins
Twitter:
@Anobelino
Que bela reflexão Anobelino, parabéns!
ResponderExcluirInfelizmente o mundo é injusto, assim também como a maioria das pessoas, que pensam apenas em satisfazer suas vontades sem nenhuma preocupação com os sentimentos do outro.
Que bela reflexão Anobelino, parabéns!
ResponderExcluirInfelizmente o mundo é injusto, assim também como a maioria das pessoas, que pensam apenas em si, a fim de satisfazer suas vontades sem se preocupar com os sentimentos do outro.
o mundo precisa de mais pessoas como vc ,que ver o interior das pessoas,que mesmo sem poder fazer muita coisa,faz o mais importante pede a Deus por essas pessoas desamparadas.É o nosso mundo,onde a cada dia as pessoas se distanciam mais e mais,onde quem fala mais alto é o status,é o dinheiro...fazer o que né,é a vida
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