Um texto de Luiz Cleysson
Eu sempre que leio ou ouço alguém recitar um poema, sinto
muito logo rapidamente minha alma e os meus sentimentos transcenderem. Me
fragilizo, me sensibilizo, e às vezes, algumas poucas vezes (como hoje) eu
choro. Ao ouvir a suave brisa das palavras harmoniosas, inspiradoras e excelsas
do Vate, adentro-me intrepidamente no universos das estampas donde tudo é
meigo, suave e amoroso.
Logo me questiono: poderia o homem viver sem a arte da
poesia? Instantaneamente decido e determino que
não! De onde tiro esta conclusão?Ora, da vida, das pessoas, das circunstancias.
Tudo me remete a poesia. Afinal, diga-se de passagem, que poesia não se
restringe tão somente as palavras ditas, mas é também, todas as substancias que
em nós são transformadas pela presença de uma companhia amiga.
Poesia é também, todas as
vibrações que atraem aqueles nossos amores, ou até mesmo, o elevar do corpo e
da alma que fora tocada por uma boa e inestimável música francesa. - Ah, a propósito,
aproveitando a oportunidade gostaria de lhes sugerir que ouvissem
"Zaz". Venerável Zaz! Deusa dos olhos esverdeados, dos cabelos
aprimorados, e da voz estrangeira mais requintada e alucinante que já pude
ouvir.
Sua voz e suas letras me
preenchem de abundante contentamento. - Recapitulando o que dizia, o homem é
incapaz de renegar a poesia. Ela, a poesia, eu digo, se encontra em todos os
traços, em todas as aparências, em todos os suspiros, em todos os olhares e em
todos os gestos.
A poesia é fervor, é ardor;
é a comoção mais vital e legitima que se pode ter da vida! Quem, por favor me
diga, nunca pode apreciar da aventura de ter vivido amores rebeldes e
proibidos, tão somente a princípio, crimes do pensamento e do sentimento, e que
posteriormente mais tarde emergiram como crimes da carne? Ou quem, nunca
vislumbrou devaneios adolescentes indubitavelmente compostos por uma
complexidade escassa de praticidade e recheada de intensos conjuntos de ideias
diversas, contudo também, de descontroles? Hã, quem "nunca"? Se você
"nunca", deverei certificar-me do cumprimento do oficio, a mim
pré-estabelecido por natureza, de aprontar-me em cuidar do preparo de suas
exéquias.
Eu, o executor humano das
leis naturais da vida, me distingo como vida. Pois sou duvida, sou santo, sou pecado,
sou amargo, sou amor, sou profano, eu sou poesia! Quem não aspira poesia, não
pode conceber em uma conjuntura de conclusões lógicas, a possibilidade de se
quer, ser animal!
Autor: Luiz Cleysson
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Após escrever seu comentário, vá na opção "Comentar como:" escolha a opção NOME/URL. Preencha só o campo NOME. Caso você tenha um blog, vá em CONTAS DO GOOGLE. Agradecemos o comentário!