sábado, 8 de novembro de 2014

Ode a poesia

Um texto de Luiz Cleysson

Eu sempre que leio ou ouço alguém recitar um poema, sinto muito logo rapidamente minha alma e os meus sentimentos transcenderem. Me fragilizo, me sensibilizo, e às vezes, algumas poucas vezes (como hoje) eu choro. Ao ouvir a suave brisa das palavras harmoniosas, inspiradoras e excelsas do Vate, adentro-me intrepidamente no universos das estampas donde tudo é meigo, suave e amoroso.

Logo me questiono: poderia o homem viver sem a arte da poesia? Instantaneamente decido e determino que não! De onde tiro esta conclusão?Ora, da vida, das pessoas, das circunstancias. Tudo me remete a poesia. Afinal, diga-se de passagem, que poesia não se restringe tão somente as palavras ditas, mas é também, todas as substancias que em nós são transformadas pela presença de uma companhia amiga.

Poesia é também, todas as vibrações que atraem aqueles nossos amores, ou até mesmo, o elevar do corpo e da alma que fora tocada por uma boa e inestimável música francesa. - Ah, a propósito, aproveitando a oportunidade gostaria de lhes sugerir que ouvissem "Zaz". Venerável Zaz! Deusa dos olhos esverdeados, dos cabelos aprimorados, e da voz estrangeira mais requintada e alucinante que já pude ouvir.

Sua voz e suas letras me preenchem de abundante contentamento. - Recapitulando o que dizia, o homem é incapaz de renegar a poesia. Ela, a poesia, eu digo, se encontra em todos os traços, em todas as aparências, em todos os suspiros, em todos os olhares e em todos os gestos.

A poesia é fervor, é ardor; é a comoção mais vital e legitima que se pode ter da vida! Quem, por favor me diga, nunca pode apreciar da aventura de ter vivido amores rebeldes e proibidos, tão somente a princípio, crimes do pensamento e do sentimento, e que posteriormente mais tarde emergiram como crimes da carne? Ou quem, nunca vislumbrou devaneios adolescentes indubitavelmente compostos por uma complexidade escassa de praticidade e recheada de intensos conjuntos de ideias diversas, contudo também, de descontroles? Hã, quem "nunca"? Se você "nunca", deverei certificar-me do cumprimento do oficio, a mim pré-estabelecido por natureza, de aprontar-me em cuidar do preparo de suas exéquias.

Eu, o executor humano das leis naturais da vida, me distingo como vida. Pois sou duvida, sou santo, sou pecado, sou amargo, sou amor, sou profano, eu sou poesia! Quem não aspira poesia, não pode conceber em uma conjuntura de conclusões lógicas, a possibilidade de se quer, ser animal!


Autor: Luiz Cleysson 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Após escrever seu comentário, vá na opção "Comentar como:" escolha a opção NOME/URL. Preencha só o campo NOME. Caso você tenha um blog, vá em CONTAS DO GOOGLE. Agradecemos o comentário!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...