terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Aspectos históricos de São Luís do Quitunde



A pequena aldeia indígena encontrada em 1624 pelo holandês Albert Sourth, integrante das tropas de Van Dorth, quando seguia para Bahia, a qual deu o nome de “Poço dos Veados”, registra a origem do povoamento de São Luís do Quitunde, que antecede o período das invasões holandesas.

Os holandeses estiveram em São Luís do Quitunde em 1635, quando Sigismundo Van Scopp perseguia Matias de Albuquerque. Ergueram um forte no morro à margem esquerda do rio Sauassuí, hoje Paripueira. Construíram também, nas terras de São Luís do Quitunde, um canal revestido de ladrilhos, por onde embarcavam a madeira.
O movimento político denominado “Lisos e Cabeludos”, no ano de 1834, provocou muitas lutas entre civis, morrendo muita gente. Sendo o Engenho Santo Antonio Grande, de propriedade de José Paulino, um dos mais destruídos.
Com o inicio do povoamento, por volta de 1870, algumas casas de comércio foram instaladas no Engenho Castanha Grande, do Major Manoel Cavalcante. O filho do Major, Joaquim Machado Cavalcante, ganhou do pai, terrenos no engenho Quitunde, fundando no local uma povoação, transferindo para lá a estrutura já existente no Engenho Castanha Grande.
Pelo porto de nome Barcaças, que existia na época, se fazia o escoamento da produção do açúcar através do canal do rio Jetituba. Com o desenvolvimento do povoado, novas casas de negócios foram aparecendo, aumentado o movimento de compra e venda de açúcar, sendo necessária a construção de quatro trapiches para armazenagem dos produtos.
Em 1892, foi elevada a categoria de cidade, desmembrada de passo de Camaragibe. O nome São Luís do Quitunde se deve a uma homenagem a São Luiz de França. Quitunde era o nome de um engenho. “Condunde” palavra de origem africana, que deu o nome a um peixe que vive na região do Rio Jetituba.
  
Fonte: Arquivos da cidade

sábado, 28 de janeiro de 2012

Blog do Anobelino, um ano na blogosfera


O Blog do Anobelino faz hoje um ano de existência no mundo cibernético. Para comemorar essa nova etapa, mudei o layout do blog para começar mais um ano de postagens de 'cara' nova!

Clique no nome e veja os melhores momentos do Blog do anobelino:



























Questionamento

Primeiro banner do Blog do Anobelino
Sequencia do primeiro banner com outra foto

Obrigado a todos os leitores por acompanharem o blog do anobelino, um abraço a todos!


Anobelino Martins

Twitter: @Anobelino 

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Em neblinas escuras


As neblinas da noite escura
Dia em que ponho-me a meditar
Noite fria, brisa calma
Madrugada que me faz cantar

Canto em silêncio, em murmúrios
No recanto da calçada
A tragédia do coração
Com a paixão está casada

O sonho belo da plenitude
A fadiga vem desanimar
Um olhar para a sepultura
Da vida alheia me faz sonhar

A vida bela, mais limitada
Todo o segundo me faz amar
Como pode vida doce
A despedida me desesperar?

E a neblina da noite escura
Em que os fantasmas vêm me assustar
Não permitas coração Santo
A amargura me amargurar

Autor: Anobelino Martins
Protegido por direitos autorais

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Questionamento

O "para sempre" é a maior beleza do amor, a sua infinidade...



Cá estou, pensando sobre o que todos questionam durante toda a vida e os que, mesmo se questionando até a velhice, ainda refletem até os últimos dias de vida. De fato o questionamento é algo que faz parte de nós. Por isso, hoje me questiono sobre o que todo mundo sente, sabe e acredita... hoje me questiono sobre o amor.

O amor existe? Como saberemos o que de fato é o sentimento verdadeiro de amar? O que a vida reserva para alguém que resolveu dedicar todo o seu futuro, toda a sua vida ao amor? Pois é, hoje resolvi, como todos os dias venho resolvendo e quero resolver depositar todas as minhas fichas no amor.

Porém, quando falamos de amor, vem à resposta daqueles que desacreditaram ou que mudaram a forma de olhar o sentimento mais belo da vida, por conta das tragédias do coração, geradas pelos relacionamentos que não deram certo: “amor só de mãe!” por que muitos afirmam esta frase, como se outro tipo de relacionamento não existisse mais? Fico me questionando... talvez seja por que já acreditaram demais no amor e fantasiaram a realidade formulando um relacionamento que jamais seria capaz de existir, e quando vem a decepção vem a raiva, e quando vem a raiva a esperança é sufocada junto com o projeto de amar para sempre.

A frase do grande artista Renato Russo, também é usada como apoio, por daqueles que desacreditaram no amor: “O para sempre, sempre acaba!” poxa vida, está afirmação sendo olhada por essa perspectiva é no minimo para aqueles que estão num poço de frustração. O para sempre jamais pode acabar... para sempre é para sempre! E o para sempre não pode acabar. Talvez esse “para sempre, sempre acaba!” seja uma desculpa esfarrapada de quem fez juras de amor para sempre e agora se vê no fim da sua promessa feita no momento da euforia. Por isso me questiono e afirmo: O para sempre nunca acaba e a beleza do amor está justamente na sua infinidade. Eu prefiro morrer acreditando nisso que acreditando que o amor é passageiro e não passa de uma fantasia. O amor é comprometimento, foi isso que fez Antoine de Saint- Exupéry escreve a famosa frase no belíssimo livro O pequeno Príncipe: “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.”

É justamente isso, o amor é um comprometimento, amar exigi muito, não é fácil, por isso temos que refletir bem a cerca dos nossos sentimentos antes de declararmos o nosso amor. Amar vai além de beijos e abraços, vai alem do sexo e do prazer... Amar é estar até o fim com quem faz o nosso coração bater mais forte, com quem faz a nossa mente ir aos lugares mais belos da vida. Amar é ir até o fim, se não for até o fim é por que nunca foi amor, se não foi até o ultimo dia da existência jamais se eternizará... e não venha me dizer: “Que seja eterno em quando dure!” minha gente, eterno não tem duração, eterno não tem fim... Para mim, eterno, sempre e amor são sinônimos, sinônimos que a vida vem nos ensinando todos os dias. E amar eternamente é se dar por inteiro, a vida inteira... Para amar para sempre não é preciso fazer feitos extraordinários, pois o feito mais grandioso já foi decidido e feito, o feito mais grandioso que o amor pode nos proporcionar é amar... amar e nada mais!

Autor: Anobelino Martins
Twitter: @Anobelino

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

As histórias de Elida Belo, a cidadã que mora há 89 anos em São Luís do Quitunde

“Era muito bom quando trem passava na cidade. Ouvíamos as pessoas gritarem: olha o trem... Olha o trem... Está chegando... Corríamos para vê-lo passar...”



Elida Belo da Silva, conhecida como D. Leda, nasceu no dia 04 de outubro de 1923, em São Luís do Quitunde, precisamente na Rua Dr. Júlio de Mendonça. É filha de Joaquim Belo da Silva e Corália Belo da Silva. Nasceu em casa, como a maioria das pessoas naquela época, sua própria mãe era parteira. Mudando-se depois, com a família, para outra casa na mesma rua, em frente à praça do Pe. Cícero, onde reside até hoje.

Conversei com ela algumas vezes. Sempre bem humorada e prestativa. Mulher simples, mas com uma sabedoria invejável. Beirando os 90 anos, ela me falou com clareza, em um final de tarde em sua casa, quando fui visita-la. Aqui, registo um pouco da nossa conversa.

Anobelino: Estou curioso em saber como foi a sua infância.

Dn. Leda: Era um tempo muito bom, minha infância sem dúvida foi ótima. Fui catequista da Igreja, na época do Pe. Durval e cantava no Coral Sagrado Coração de Jesus. Lembro-me também que naquela época existia o “Clube das Mães”, que funcionava do lado da Igreja.

Anobelino: Onde hoje é a Secretaria de Saúde?


Dn. Leda: Sim, sim... Lá as mães mais experientes ensinavam as mães mais novas a costurar, a fazer crochê e a bordar. Durante muito tempo participei desse grupo, sem dúvida esse foi um tempo sem igual. Hoje são poucas as mães que se dedicam a fazer todo o enxoval do seu filho com as próprias mãos, naquela época não, todas as mães faziam juntas e depois iam para a Igreja rezar e agradecer a Deus.
 

Ouvindo Dn. Leda falar, fiquei imaginando as mulheres indo todas as tardes para o “Clube das Mães”, onde poderiam aprender um pouco sobre costura. De fato, hoje em dia são poucas as mulheres que se interessam por isso, a grande maioria prefere comprar as roupas das crianças já prontas. Creio que existe um significado profundo em fazer, com as próprias mãos, as roupas dos filhos.
 
Dn. Leda continuou contando sobre sua vida:
 
Dn. Leda: Lembro-me que quando tinha por volta de 11, 12 anos de idade fui dormir ansiosa para ir para a caminhada Mariana da Festa da Padroeira, Nossa Senhora da Conceição, que iria começar às cinco horas da manhã. Acordei desesperada achando que já eram cinco horas e que a caminhada já havia saído. Saí de casa às pressas e quando fui chegando à ponte do rio do Padre (Ponte concreto que fica próximo da Praça do Pe. Cícero), que na época, ainda era de madeira, vi um senhor que disse: -Ei menina, você não é a filha da Dona Corália? Aonde você vai uma hora dessas? Então eu falei: -Vou para a caminhada da Igreja, não são cinco horas? Rindo, o homem me disse: -Menina ainda são três horas da manhã! Nesse dia fiquei em frente à igreja esperando chegar às cinco horas, quando o sacristão abriria a Igreja.
 
Contou-me essa história com ar de riso. Lembrando com nostalgia do momento. Aproveitei para perguntar sobre um antigo trem da Usina Santo Antônio.

Anobelino: Fiquei sabendo que em frente à Igreja, passavam um trem que servia para carregar cana-de-açúcar até o Porto da Barcaça. A senhora lembra?


Dn. Leda: Sim, claro que me lembro do pequeno trem! Às vezes eu subia em cima dele para andar, já que na época não tinha qualquer transporte motorizado na cidade. Conseguir subir em cima do pequeno trem era uma grande conquista nos meus tempos de criança. Era muito bom quando trem passava na cidade. Ouvíamos as pessoas gritarem: olha o trem... Olha o trem... Está chegando... Corríamos para vê-lo passar...”

 
Enquanto contava essas histórias, minha mente viajava no passado, numa época em que nunca vivi, como um filme antigo que traz as imagens de décadas passadas. Assim, minha mente viajou e trouxe-me uma imagem do passado, junto com uma afirmação: nossa cidade tem uma bela história que precisa ser contada.
 
Aproveitando a história do trem perguntei se ela tinha recordação do primeiro carro que circulou pelas ruas de barro de São Luís do Quitunde.

Empolgada ela respondeu:
Dn. Leda: Sim, claro que lembro! Quando o carro chegava na cidade era a maior festa para as crianças. Saíamos correndo pela “Rua do Bode” para ver o automóvel que vinha da Castanha Grande. E sabe quem dirigiu o primeiro carro aqui em São Luís do Quitunde? O meu irmão, Humberto Belo da Silva. Ele foi, durante muitos anos, motorista do Padre Lourival, vinha dirigindo e quando via aquele imenso número de crianças e jovens que se encantavam com o veículo, buzinava, e todos corriam com medo... Era engraçado.


Para finalizar a conversa, pedi que a simpática senhora desse um recado para os quitundenses.
 
Dn. Leda: Sejam fieis a Deus, amém a Igreja de vocês assim como eu amo a minha. Sejam fieis a Deus e vocês serão felizes!”


Sem dúvidas, Elida Belo, a Dona Leda, é uma grande mulher!


Anobelino Martins
Poeta e escritor

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Música da semana - A poesia me leva, Pe. Fábio de Melo

Sopra o vento músicas no tempo
Acordes que acordam
Corda que dá tom ao sentimento
Ao sofrimento que virá, que virá
E que vira poema ao fim do dia

Sons que se transmudam em palavras
E que os poetas buscam
Busca que desata a melodia
Da poesia que virá, que virá
E que vira profecia ao fim do dia

Minas de palavras
Descanso a voz neste Horizonte
Que tão belo assim me cala
Calada voz por fim aguardo
Pelos ventos que me trazem
Areias brancas da cidade onde eu nasci

Vou seguindo a estrada
Tantos lugares, tantos portos
Mas um Porto é mais Alegre
Onde refaço a minha calma
Alma forte é Fortaleza
Recife é a terra onde Damas são felizes

Versos que se escondem nas calçadas
E que os calçados pisam
Frisa suas marcas na poeira
O andarilho que virá, que virá
E que vira poeta ao fim do dia

Roucas, poucas vozes não se cansam
Amansam tantos ódios
Pódios que são palcos que aguardam
A melodia que virá, que virá
E que vira profecia ao fim do dia

Vou singrando os rios
São de Janeiros, de São Paulo
Rio Largo, Rio Bonito
Lagoas doces de Alagoas
Cachoeira tão Paulista
Que faz jorrar canções tão novas ao meu país

Montes que são Claros
São Campos Raros, Goitacazes
Terra boa e seus mistérios
Campina Grande que me veste
Bem no norte da minh'alma
Eu tenho marcas de açaí, sou de Belém

A poesia me leva, me leva, me leva
Levará e sempre levará

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

O espelho do sentimento


Certa vez Dololinho estava na porta de sua casa, olhando o movimento pacato da rua. Até que algo inusitado ocorreu, um caminhão baú deixou cair um pacote em frente a sua casa, Dololinho correndo gritava:

- Ei, espere, você deixou cair esse troço aqui na minha porta! Eiiii, Eiii... E agora, o que eu faço com isso?

Então Dololinho resolveu guardar o pacote em sua casa e esperar quem perdeu o dito cujo.
Alguns dias se passaram, e ninguém veio buscar o tal pacote. A curiosidade de Dololinho aumentou, ele queria saber o que tinha no pacote, se soube-se o que era, poderia facilitar muito para descobrir quem o perdeu, já que a embalagem não tinha endereço ou rodapé. Então resolveu ver o que tinha naquele pacote.

Abriu a caixa e tirou os pedaços de isopor e papel que envolviam o conteúdo do pacote. 

- Para estar envolvido dessa forma, com certeza era algo frágil.

Pensou Dololinho.

- Nossa! O que é isso?

Era inacreditável o que estava na embalagem! Era um espelho que refletia as coisas. Mais o estranho era que o tal espelho não refletia a imagem de Dololino.

- Não é possível, essa bichoca reflete as coisas, mas não me reflete! O que danado é isso?

- Será um espelho para cegos? 

Pensou rapidamente, mais logo descartou a possibilidade.

Então ele foi falar com florzinha, uma de suas amigas, que era linda e delicada como uma flor.

- Florzinha, um caminhão deixou cair esse espelho esquisito na minha porta, para quê serve isso?

Olhando para Dololinho, com os olhos grandes que lhe é especifico, florzinha falou:  

- Nossa este espelho não está refletindo a nossa imagem, que coisa doida! Tem algum manual dentro da caixa da embalagem desse espelho?

Coçando a cabeça Dololinho falou:

- Eita, é mesmo! Nem me toquei nisso!

Rindo dele Florzinha falou:

- É louro!

Então florzinha procurou na embalagem para ver se tinha mais alguma coisa e encontrou uma espécie de manual, Florzinha leu:

Espelho do sentimento: este espelho reflete o sentimento que existe no seu coração e ensina de alguma forma como você deve viver bem este sentimento. O seu primeiro passo é desvendar o que ele está lhe ensinando. Lembre-se, dependendo do seu sentimento e do que ele reflete você vai descobrir o que ele quer lhe dizer!

Olhando para Dololinho florzinha falou:

- Nossa! Agora nós temos que descobrir o que o espelho quer nos dizer!
Dololinho respondeu:

- Não vai ser nada fácil!

CONTINUA NA PRÓXIMA POSTAGEM 

Autor: Anobelino Martins  
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